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A abordagem à energia “agrivoltaica”

Por definição, “energia agrivoltaica” define a utilização de um terreno para a produção de energia solar fotovoltaica através da instalação de painéis solares, seja para realizar atividades agrícolas seja para a de criação de animais. É uma abordagem que permite a convivência e a interação virtuosa entre a geração de energia solar e práticas agrícolas, visando promover a criação de valor através de fontes renováveis, uso sustentável do solo ou proteção da biodiversidade.

A energia “agrivoltaica” visa a máxima sinergia entre a energia fotovoltaica e a agricultura através da instalação de placas solares em terrenos de cultivo. Por norma, são utilizados sistemas de suporte fixo para situar as placas solares aproximadamente a cinco metros acima do terreno de cultivo, de forma a permitir que as máquinas agrícolas tenham acesso às culturas abaixo dos painéis.

Outra solução desenvolvida é a chamada energia “agrivoltaica” dinâmica, que consiste em instalar os painéis solares em cabos suspensos. Esta alternativa, desmontável e mais leve, permite que os painéis possam ser deslocados ou ajustados manualmente com as mudanças das estações e à medida que se cultivam diferentes lotes de terra.

Há ainda outras instalações “agrivoltaicas” com sistemas de monitorização – desenvolvidos com modelos de software complexos, que consideram as fases de crescimento dos cultivos e a meteorologia – que permitem orientar os painéis para maximizar sua eficiência e evitar que projetem sombra sempre no mesmo lugar, adaptando-se assim às necessidades das plantas.

Para o futuro desenvolvem-se painéis solares fotovoltaicos que utilizarão polímeros semitransparentes que permitirão a passagem de comprimentos de onda de luz solar necessários para a fotossíntese, absorvendo o resto para gerar energia. O aproveitamento da energia solar em áreas agrícolas também favorece o autoconsumo, dado que as necessidades energéticas das explorações agrárias podem ser satisfeitas com a eletricidade gerada.

No limite, o potencial de utilização do “agrivoltaico” é quase infinito. A título de exemplo, para satisfazer as metas de Portugal de produção de energia renovável de 20 GW em 2050 seria preciso usar 1,5% da zona agrícola de Portugal com projetos “agrivoltaicos”. Há muito espaço, podem-se escolher os melhores sítios, com melhores ligações à rede, sem problemas de licenciamento ambiental.

A nível mundial, e de acordo com um estudo da revista Nature (em inglês), se apenas 1 % dos terrenos cultiváveis fosse usado para a geração de eletricidade solar, seria possível dar resposta à procura mundial de energia elétrica.

6.07.2023